Turismo de experiência leva viajantes a comunidades tradicionais
Quilombos e região de pequenos agricultores na Floresta da Tijuca são alguns dos pontos
Em vez de passear pelos pontos turísticos tradicionais, aprender sobre a culinária de um quilombo ou o artesanato uma comunidade ribeirinha. Viajantes que estão na cidade para as olimpíadas têm a chance de conhecer um outro lado da cidade. Esse é o objetivo do Conectando Territórios, agência carioca que aposta no turismo de experiência em comunidades tradicionais. Entre os destinos, estão o Vale Encantado, na Floresta da Tijuca, que terá passeios durante o mês dos jogos. O Quilombo Campinho da Independência, em Paraty (RJ), e uma comunidade de mulheres artesãs na ilha de Cotijuba, no Pará, são outros locais contemplados pela agência.
“É uma outra experiência de turismo. Você conhece a história do local a partir do ponto de vista dos próprios moradores e, em algumas comunidades, além de poder se hospedar, tem contato com saberes locais, como artesanato por exemplo”, conta a turismóloga e mestre em Memória Social pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UniRio) Thais Rosa Pinheiro, que está à frente do projeto. “Isso promove a valorização da arte étnica afro, indígena e tradicional, além de empoderamento feminino, gerando renda para as mulheres”, diz.
Viajantes que estiverem na cidade para as olimpíadas poderão curtir a visita ao Vale Encantado, tradicional comunidade agrícola e de coletores de flores, no meio de uma das maiores florestas urbanas do mundo, a Floresta da Tijuca, na cidade do Rio de Janeiro. Através do turismo ecológico e do manejo sustentado da região, os moradores vêm buscando oportunidades de trabalho e geração de renda para as famílias que habitam a região. O próximo acontece dia 11 de agosto.
Outra atração que acontece durante o mês olímpico, nas manhãs de sábado, é o passeio pelo Circuito da Herança Africana na Zona Portuária do Rio, que inclui pontos como o Cais do Valongo, por onde chegavam os africanos que foram escravizados, e a Pedra do Sal, ponto de encontro, resistência e celebração dos negros que vieram forçadamente para o Brasil. Ainda em agosto, no próximo dia 27 o Conectando Territórios leva turistas para curtir o baile charme do Viaduto de Madureira. “Ele é muito importante para valorizar a influência da black music americana na cultura black carioca, pois tem mais de 20 anos de tradição e muita história envolvida”, comenta Thaís.
“O Conectando Territórios visa a buscar, a partir das nas nossas raízes históricas, nossa identidade atual como povo brasileiro. O objetivo é valorizar a história e memória de comunidades tradicionais, como quilombolas, por exemplo, para entendermos a cultura urbana negra presente na cidade do Rio de Janeiro, que é mencionada em geral pelo samba, mas ela está refletida em muitas outras manifestações culturais. O Rio de Janeiro é uma das cidades mais negras do país, mas que tem pouca valorização cultural da afrodiáspora”, analisa a turismóloga.
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